Aluno que fraudou sistema de cotas raciais na USP é expulso
Essa é a primeira vez que a universidade realiza a expulsão por esse motivo
Nesta segunda-feira (13), a Universidade de São Paulo (USP) informou que a instituição expulsou pela 1ª vez um aluno por fraudar o sistema de cotas raciais e sociais. Segundo a USP, ele não conseguiu comprovar a auto-declaração.
O estudante Braz Cardoso Neto, de 20 anos, cursava relações internacionais na USP e a sua entrada na graduação foi através do sistema de cotas. Ele se auto-declarou pardo, de ascendência negra e com baixa renda familiar.
A USP recebeu a denúncia do aluno através do Coletivo Lélia Gonzalez de Negras e Negros do Instituto de Relações Internacionais da universidade. A entidade suspeitou da veracidade das informações de Braz Cardoso e protocolou a queixa junto à Comissão de Acompanhamento da Política de Inclusão da USP, ligada à Pró-Reitoria de Graduação da Universidade.
Em nota, a USP informou que “não foi possível constatar a conformidade de suas características fenotípicas com a autodeclaração de PPI”. Como tal, a universidade decidiu por desligar o jovem de sua graduação, além de o proibir de se matricular na instituição pelos próximos cinco anos.
“Dessa forma, a invalidação da matrícula, aprovada pela Congregação do IRI, a quem cabe a decisão final sobre o tema, tomou como base o não atendimento do critério social e dos requisitos necessários para o preenchimento da vaga nessa modalidade”, ressalta a nota.
O aluno, segundo a USP, teve espaço para se manifestar e se defender durante o longo processo. Ele ainda tem a possibilidade de entrar com recurso contra a decisão da universidade.