Acervo Câmara de Vereadores de Piracicaba
Documentos sobre queda de prédio em Piracicaba são encontrados
Edifício Luiz de Queiroz, conhecido como Comurba, despencou durante as obras, matando 50 trabalhadores em 1964
Um evento que marcou a história de Piracicaba e que parecia esquecido foi relembrado pelo departamento de documentação da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
No dia 6 de novembro de 1964, às 13h15, o Edifício Luiz de Queiroz ruiu durante as obras. Ele ocupava uma ampla área entre as ruas São José e Prudente de Moraes, onde hoje fica o Poupatempo e a Caixa Econômica Federal.

Concebido como a “marca” do desenvolvimento de Piracicaba, o Edifício Comurba remetia às linhas do tradicional edifício Copan, de São Paulo.
O apelido surgiu em referência à Companhia de Melhoramentos Urbanos (Comurba), responsável pela obra.
A queda do prédio mudou até a legislação nacional à época. A lei federal 4.591 foi publicada pela presidência da República em 16 de dezembro daquele mesmo ano.
Ela dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias.

“Passados 55 anos da tragédia, é consenso entre historiadores e empresários do setor imobiliário que a queda do prédio paralisou o crescimento vertical da cidade, que, por várias décadas, teve de conviver com os restos do Comurba expostos na praça José Bonifácio”, explica Bruno Didoné de Oliveira, diretor do Departamento de Documentação e Transparência da Câmara.
No processo de pesquisas nos arquivos da Câmara, a equipe do Departamento de Documentação e Transparência localizou diferentes manifestações de entidades e associações pela tragédia, como também 71 votos de pesar e protestos de Câmaras paulistas e mineiras.
Segundo o Memorial de Piracicaba, publicação do jornalista Cecílio Elias Netto, o Edifício Luiz de Queiroz começou a ser construído em 1950, sendo que 14 dos 15 andares estavam prontos.
Porém, apenas o Cine Plaza, no andar térreo, estava em funcionamento, o que diminuiu o impacto quanto ao número de mortos.
Naquela mesma semana, a Revista Manchete trouxe duas páginas sobre o assunto, na reportagem Os empreiteiros da morte: “a população de Piracicaba, aterrorizada, viu ruir como um castelo de areia metade do arranha-céu que era o seu orgulho”.
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