Conselho Municipal de Educação rejeita protocolo de segurança para reabertura das escolas
Retorno às aulas está previsto para o dia 7 de outubro
Por 7 votos a 3, o Conselho Municipal de Educação rejeitou nesta quinta-feira (17/09) o documento que contém as diretrizes de ações sanitárias e de higiene que as escolas de Campinas devem adotar a partir do dia 7 de outubro, data agendada para o retorno das aulas presenciais. A secretária de Educação de Campinas, Solange Pellicer, tem assento no colegiado e estava na reunião.
Segundo os conselheiros, o conteúdo do documento que tem quase 100 páginas é bom, mas não é possível executá-lo nas escolas. Adoção de distanciamento social, por exemplo, seria difícil na maioria das escolas devido à falta de espaço físico no refeitório e nas salas e aula. Outro problema apontado é a dificuldade em se manter os materiais higienizados, já que os alunos vivem trocando de materiais.
“No papel o documento é maravilhoso, mas para escolas de um país europeu. Tudo o que é proposto neste protocolo é inviável porque as escolas públicas têm falta de tudo… até de papel higiênico. Quem elaborou esse documento nunca pisou numa escola”, disse Adelaide Albergaria, representante do Sindicato dos Professores no conselho.
Volta às aulas
Foi marcada uma reunião extraordinária para a próxima quinta-feira (24/09) para que os conselheiros votem se são favorários ou contrários à volta as aulas no dia 7 de outubro. A tendência é o conselho reprovar o retorno, principalmente, para não aumentar o abismo entre os alunos das escolas públicas e privadas.
No caso das escolas da Prefeitura de Campinas, as aulas presenciais retornarão apenas para os alunos dos 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, dos cursos técnicos do Ceprocamp e do EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Esse grupo equivale a cerca de 10 mil estudantes, que poderão também optar pelo ensino remoto. Os demais vão continuar com as aulas online. As atividades da Educação Infantil só volta no ano que vem.
Quanto às escolas estaduais e privadas, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), deixou a decisão sobre a volta às aulas nãos mãos das direções das escolas.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Educação informou que os protocolos são elaborados pela Secretaria de Saúde. Ressaltou que a reabertura parcial será com controle, com testagem dos profissionais envolvidos na Educação e com aplicação de protocolos baseados em critérios técnicos e científicos. “O retorno às aulas presenciais é necessário e importante para a formação dos alunos. Funcionários e professores em situação de risco não vão voltar. Os pais podem optar por manter os filhos na educação à distância.”