Lixo de Campinas vai para aterro privado de São Paulo ao custo de 45,5 milhões
Cidade produz 90 toneladas de lixo por dia
A Prefeitura de Campinas contratou o consórcio Proactiva-CDR Pedreira para o trasporte dos resíduos sólidos de Campinas por R$ 45,4 milhões por um ano. O lixo agora vai para a Capital e Iperó. A contratação anterior era com a Estre e o produto era levado para Paulínia. Campinas produz cerca de 900 toneladas de lixo por dia.
O contrato ficou R$ 900 mil mais caro do que o anterior. O custo adicional se deve à distância e também aos pedágios. Hoje o deslocamento é de cerca de 20 quilômetros e agora será de 100.
Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, essa empresa é a segunda colocada. A primeira a ganhar a licitação foi a Estre – o valor ficaria R$ 900 mil a menos. “Mas acabou sendo desabilitada por falta de documentação. Temos de cumprir a legislação”, disse ele.
A Estre contesta. Diz em nota oficial que foi indevidamente desclassificada do processo licitatório, mesmo tendo apresentado o menor preço. Afirma que apresentou toda a documentação exigida no edital e na lei. Ressaltou ainda que vai à Justiça para garantir valer os seus direitos para ser contratada, já que ganhou em primeiro lugar.
Paulella também afirmou que no edital a empresa vencedora apresentou duas licenças ambientais para depósito do resíduo sólido: na Capital e Iperó (região de Sorocaba). “Achamos que a empresa vai levar o resíduo para estes dois lugares”, disse ele.
Hoje a prefeitura gasta cerca de R$ 113 milhões ao ano com a coleta, separação e transporte dos resíduos sólidos. A prefeitura paga de acordo com quantidade do material recolhido.
Pandemia
Com a crise da pandemia, a produção de lixo de Campinas vai fechar o mês de maio com uma queda de 20%. Eram recolhidas cerca de 1 mil toneladas por dia e agora são 900. Houve redução também na produção dos chamados resíduos públicos que caíram para 400 toneladas dia, ante 500.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que a redução é resultado da desaceleração da economia e do consumo. “As famílias deixam de comprar. A produção de lixo é um indicador econômico importante sobre o consumo das famílias” , disse ele, quando comentou a queda da produção em entrevista anterior.