Para acalmar PSDB, Carlos Sampaio fica na liderança do partido em mandato-tampão
Disputa entre tucanos envolveu até o prefeito de Campinas, Jonas Donizette
A queda de braço entre os tucanos de Minas Gerais e de São Paulo que se materializa na disputa pela liderança do partido na Câmara Federal vai ter uma trégua. O deputado federal Carlos Sampaio ficará no cargo até 1º de Fevereiro, prazo que o presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, avalia que haverá um consenso entre os dois grupos.
O ápice da disputa envolveu Campinas com a ida de Luiz Lauro Filho, sobrinho de Jonas, para o PSDB. A missão dele, que tomou posse, ontem (18/12), como deputado federal era votar no candidato do governador de São Paulo, João Doria, Beto Pereira. O seu adversário era o deputado tucano Celso Sabin, do grupo do deputado federal Aécio Neves.
Araújo entrou na jogada porque o grupo de Sabin disse que iria à Justiça para denunciar a manobra política feita pelos tucanos ligados a Dória de levar Luiz Lauro Filho e garantir um voto que daria vitória ao governador de São Paulo.
Sampaio já foi líder da bancada por três vezes: 2013, 2015 e neste ano. “Não quero continuar porque sou contra reeleição, mas acho que até fevereiro tudo estará resolvido”, disse o tucano.
Jonas e o PSDB
A saída de Luiz Lauro Filho do PSB para o PSDB revela uma aproximação cada vez mais forte de Jonas Donizette com Doria e um distanciamento do PSB de Márcio França, ex-governador de São Paulo. A tendência é que o próprio prefeito deixe o PSB e vá para o ninho tucano ou o DEM – partido que faz parte da aliança com Doria em São Paulo.
A manobra de Jonas irritou o França. O PSB de Campinas abriu mão de um deputado, sendo que a legenda chegou a expulsá-lo para evitar que ele possa perder o mandato por infidelidade partidária.
O que dizem nos bastidores é que a ida de Luiz Lauro Filho para o PSDB vai muito além de um voto numa eleição de liderança partidária, mas num acordo futuro para as eleições.
Neste tabuleiro quem perde espaço é o deputado estadual Rafa Zimbaldi (PSB). Ele saiu do PP e migrou para o partido de Jonas com a promessa de que seria candidato a prefeito. Uma aposta é que França pode se aproximar de Zimbaldi, que enfrentaria o candidato de Jonas nas eleições a prefeito do ano que vem. As cartas estão na mesa.