PSB estadual manda diretório local cancelar reunião que discutirá situação de Luiz Lauro Filho
Secretário da instância estadual, Pedro José Luiz Coelho, afirma que o ato da expulsão já foi anulado e que cabe agora apenas aguardar o desfecho do processo
O PSB estadual determinou que o Diretório Municipal do partido cancele a reunião prevista para a próxima quinta-feira, dia 23, em que a legenda ratificaria ou não a decisão da Executiva que expulsou o deputado federal Luiz Lauro Filho (PSDB) da sigla em novembro passado. Uma semana depois da expulsão, Luiz Lauro, o Luizinho, como é conhecido, filiou-se ao tucanato, vindo a ocupar vaga na Câmara Federal no lugar do deputado do PSD Jefferson Campos, que afastou-se por problemas de saúde.
Em um ofício enviado ao presidente do PSB de Campinas e secretário de Relações Institucionais do município, Wanderley de Almeida, o secretário da instância estadual, Pedro José Luiz Coelho, afirma que o ato da expulsão já foi anulado e que cabe agora à instância municipal apenas aguardar o desfecho do processo.
Coelho lembra que o caso já está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ação que pede a perda do mandato do deputado Luiz Lauro será relatada pelo ministro Edson Fachin. No entanto, o pedido de liminar, analisado durante o recesso do Judiciário, foi negado no fim de semana passado pela ministra Rosa Weber, que está no plantão.
A expulsão de Luiz Lauro PSB ganhou ares de guerra depois que o deputado estadual Rafa Zimbaldi, ex-correligionário de Luizinho e correligionário do seu tio, o prefeito de Campinas Jonas Donizetti, acusou o ex-socialista de ter “engendrado” a sua expulsão. A versão que circulou em todos os meios políticos foi comprada pela executiva estadual, que também viu a decisão da executiva local como uma forma de possibilitar a saída de Luiz Lauro do PSB sem perder o mandato. Dessa forma, ao migrar para o PSDB, ele pôde assumir a vaga aberta pelo PSD, coligado com os tucanos nas eleições de 2018.
Para analistas políticos, a expulsão pouco explicada tratou-se de uma manobra envolvendo tanto Jonas como o governador paulista João Doria (PSDB). Doria apoiava o nome de Beto Pereira (MS) para a liderança da Câmara dos Deputados, enquanto que o grupo de Minas Gerais, de Aécio Neves, queria Celso Sabino (PA). Com 13 parlamentares de cada lado, a chegada de Luizinho desequilibrou o jogo para o lado de Pereira. A manobra dividiu ainda mais o tucanato, a ponto de o presidente da sigla, Bruno Araújo (PB) adiar a eleição do líder e manter o campineiro Carlos Sampaio (SP) na cargo por mais três meses.
O blog tenta contato com Luiz Lauro Filho e a executiva municipal do PSB.